Trata-se de um grupo muito antigo, filogeneticamente relacionado aos Chordata. Há indícios de um longo histórico pré-cambriano, pois parecem ter sido comuns em alguns habitats já no início do Cambriano, há cerca de 600 milhões de anos. É deste período que datam os primeiros registros fósseis do filo, baseados nos restos de um animal pequeno, bentônico, bilateralmente simétrico e que provavelmente se alimentava de material em suspensão na água do mar.
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Embora a grande maioria das
espécies seja marinha, algumas toleram a água salobra. Podem ser encontradas em todos os oceanos, latitudes
e profundidades, da zona entremaré às regiões abissais, sendo mais abundantes
na região tropical do que nas águas polares. São predominantemente
bentônicos, ocupando diversos tipos de substrato. Umas poucas espécies de
holotúrias, porém, são pelágicas. Tendem a apresentar distribuição agregada,
sendo encontradas em altas densidades. Em locais onde as condições são
favoráveis, o substrato pode ficar totalmente coberto por ouriços-do-mar,
ofiuróides ou estrelas-do-mar. Constituem o grupo mais abundante de animais dos fundos marinhos, chegando a
compor 90% da biomassa total nas regiões abissais. Muitos são adaptos para se fixar
a substratos rochosos, enquanto outros vivem em substratos lodosos, arenosos,
ou em madeira submersa.
Os ouriços regulares, que constituem a maioria,
têm corpo esférico e de cores variadas (branca, preta, marrom ou
lilás-esverdeada). Os ouriços irregulares, revestidos de espinhos muito
pequenos, são mais ou menos ovais e achatados. As placas da carapaça, dispostas
em fileiras, vão de um ao outro polo do corpo e configuram dez meridianos:
cinco sem perfuração e cinco com orifícios pelos quais passa uma série de
tubos; os pés ambulacrários. Estes se ligam a canais internos cheios de água
que ao ser injetada faz com que os pés se estendam e permitam o deslocamento do
animal ou sua fixação a um suporte.
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Um espinho comum, formado por um único cristal
de calcita, é afilado, oco, quebradiço e não apresenta nenhuma glândula
produtora de peçonha, mas pode possuir uma capa mucosa protetora contendo uma
substância irritante. O contato brusco é acompanhado normalmente pela
penetração do espinho na pele, produzindo desde uma ferida semelhante àquela
ocasionada por uma farpa qualquer até uma lesão dolorosa e grave. Apenas as
espécies do Indo-Pacífico apresentam espinhos especiais, cuja ponta está
rodeada por um saco contendo uma peçonha bastante tóxica e dolorosa, secretada
pelo revestimento epitelial do corpo.
Tanto
o sistema circulatório como o excretor são ausentes ou rudimentares, e a distribuição de materiais
faz-se através da cavidade celomática. A excreção é feita diretamente através
da água que ocupa o sistema ambulacrário, não havendo nenhuma outra estrutura
excretora especializada. O sistema nervoso é formado por nervo anelar ao
redor da faringe e nervos radiais, é rudimentar e não apresenta cefalização. Há
células táteis e olfativas em toda a superfície do corpo. As estrelas-do-mar
possuem células fotorreceptoras nas extremidades dos braços. Os ouriços-do-mar possuem
brânquias dérmicas, análogas às brânquias periorais dos pepinos-do-mar e também
ocupadas por líquido celomático. Os sexos são
separados. O aparelho reprodutor é simples e a fecundação é externa: esperma e
óvulos são lançados ao mar por contração da musculatura das gônadas, e a
fecundação processa-se dentro da água. Nos ouriços-do-mar a larva é
equinoplúteus. São animais muito usados para estudos do desenvolvimento
embrionário e partenogênese.
Aspectos Médicos
A penetração dos espinhos comuns
na pele humana é sempre traumática. A frequente quebra do espinho dentro da
ferida pode, nos casos mais sérios, ocasionar dor, edema e infecção. Os
fragmentos que permanecem na ferida podem ser absorvidos pelo organismo ou ser
expelidos posteriormente. Granulomas de corpos estranhos provocados pelas
substâncias inorgânicas dos espinhos são também comuns e ocorrem três ou quatro
meses depois da penetração. Costumam ser indolores, mas podem ser edematosos e
císticos. A formação de vesículas hipersensíveis já foram relatadas, mas são
incomuns.
Os espinhos com peçonha, das
espécies do Indo-Pacífico, podem provocar intensa sensação de queimadura e dor,
eritema, edema, sangramento, cefaléia e infecções secundárias. Sintomas
sistêmicos como náusea, parestesias, paralisias musculares e problemas
respiratórios não são reações incomuns quando há a penetração de vários
espinhos. Além disso, o epitélio que recobre as glândulas peçonhentas contém
uma substância vaso-constritora, semelhante à noradrenalina, que pode provocar
arritmias cardíacas.A picada de uma pedicelária do
tipo globífera pode produzir imediata dor irradiada, desmaio, parestesia,
paralisia muscular generalizada, perda da fala, distúrbios respiratórios e, nos
casos mais severos, a morte. A dor costuma diminuir após
quinze minutos e desaparecer completamente depois de uma hora, porém a
paralisia pode continuar por seis horas ou mais. Felizmente, no Brasil, não
existem registros de acidentes com pedicelárias.
Tratamento
O tratamento da ferida ou lesão
provocada pela penetração de um espinho varia de acordo com o tipo (com ou sem
peçonha), profundidade da penetração e área do corpo envolvida. Como quebram
facilmente, a tarefa de removê-los pode tornar-se complicada, sendo por vezes
necessária a intervenção médica e procedimentos cirúrgicos com anestesia local.
No entanto, é comum os espinhos permanecerem no local por meses ou mesmo migrar
para outros locais, sem apresentar maiores reações do organismo. A primeira medida a ser tomada,
quando a penetração é superficial, é tentar remover os espinhos como se faz com
uma farpa qualquer.
A imediata retirada cirúrgica, com o auxílio
da radiografia e da anestesia, é indicada quando ocorre penetração profunda,
devido à friabilidade (fragmentação) do espinho, ou penetração em uma
articulação ou próximo dela. Do contrário, poderão ocorrer complicações futuras
como processos crônicos inflamatórios (sinovites) ou infecciosos.
Referencias bibliográficas
Biologia - Série Brasil Vol. Único - Autor: Fernando Gewandsznajder e Sergio Linhares - Editora: Ática. Edição: 1 / 2003.
Biologia Atual - Seres Vivos - Autor: Wilson Roberto e Paulino - Editora: Ática - Edição: 1996.
Biologia Vol. Único - Autor: Demetrio Gowdak. Editora: Ftd.
Dicas- Saúde do Mergulhador, Marcelo Szpilman. Disponível em: <http://www.oceanicanet.com.br/principal/ShowSecao.asp?var_chavereg=88 > Acesso: 02/05/13
Filo Echinodermata (Equinodermos), Lucas Martins. Disponível em: http://www.infoescola.com/biologia/filo-echinodermata-equinodermos/> Acesso: 16/05/13
The Coral Island - Robert Michael Ballantyne. Disponível em< http://linkedbooks.blogspot.com.br/2012/06/coral-island-robert-michael-ballantyne.html> Acesso: 12/05/13
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Biologia Vol. Único - Autor: Demetrio Gowdak. Editora: Ftd.
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Filo Echinodermata (Equinodermos), Lucas Martins. Disponível em: http://www.infoescola.com/biologia/filo-echinodermata-equinodermos/> Acesso: 16/05/13
The Coral Island - Robert Michael Ballantyne. Disponível em< http://linkedbooks.blogspot.com.br/2012/06/coral-island-robert-michael-ballantyne.html> Acesso: 12/05/13
Blog perfeito, e imagens impecáveis. Parabéns.
ResponderExcluirObrigada pelo carinho Stela.
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