segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Taxidermia


A taxidermia é o método utilizado na conservação de animais, silvestres ou domésticos, com fins científicos e didáticos. Em Instituições de ensino e pesquisa, animais taxidermizados são utilizados em aulas práticas e em atividades de educação ambiental. Consiste em um método anatômico que tem como objetivo preservar a pele do animal, assim como suas estruturas anexas, penas, pelos e escamas. 
Nas aves, o anatomista pode taxidermizar o animal com ou sem o crânio. Caso a ave seja taxidermista sem o crânio, este deve ser armazenado separadamente, podendo ser utilizado em outras pesquisas (PIACENTINI; SILVEIRA; STRAUBE, 2010). Em alguns casos, principalmente quando a ave é recém-descoberta, ela pode ser taxidermizada com uma das asas aberta e separada do corpo. Isso permite uma melhor observação da asa, principalmente em relação à cor e disposição das penas.
Quando pronto, o exemplar deve ser acondicionado em uma coleção zoológica, armazenada em um local próprio, como em armários com gavetas longas e largas. Periodicamente, devem ser feitas dedetizações para eliminar a presença de roedores e insetos no local, preservando os animais taxidermizados. O animal deve conter uma etiqueta com todas as informações pertinentes, como espécie e nome científico, coletor, local de coleta, sexo e ano.
A taxidermia ou técnica do empalhamento de animais é um sofisticado processo onde só a pele do animal é aproveitada. O couro é usado para "vestir" um manequim de poliuretano. No passado, porém, não era assim. O animal era aberto, suas vísceras retiradas e, no lugar delas, era colocado algodão, juta ou palha - daí a palavra empalhamento. O manequim de poliuretano começou a ser usado nos anos 50 e oferece duas vantagens: é mais resistente ao ataque de insetos e possui uma anatomia idêntica à do bicho. "Em tese, animais taxidermizados dessa forma duram para sempre. Mesmo com as técnicas mais rudimentares já existem animais com 300 anos", diz o taxidermista Luiz Carlos Mendes Antunes, do Museu de Zoologia da USP.
Os taxidermistas atuam profissionalmente em museus, mas também existem os amadores, que eternizam sua caça ou sua pesca de maneira bem peculiar. Para uma pessoa praticar a taxidermia, ela deve estar extremamente familiarizada com a anatomia, a dissecação, a escultura e a pintura, além do processo de extração e curtição da pele.

Técnicas de taxidermia

            *Taxidermia Científica, destina-se a estudos e coleções científicas, usadas por pesquisadores, nesta técnica não existe preocupação com a reprodução da posição e expressão do animal, mas sim com a conservação da pele e crânio para identificação da espécie.

            *Taxidermia Artística, técnica destinada à preparação de exemplares para exposição, levando-se em conta a aparência natural do animal, suas expressões e anatomia natural como: tamanho, postura e musculatura.

          *Taxidermia Curtume, destinado ao curtimento de peles de animais para fins decorativos ou comerciais, fabricação de tapetes, bolsas, sapatos, etc.


Passo a passo da taxidermia usando poliuretano:
O taxidermia de um animal deve começar até 24 horas após sua morte. Depois desse tempo sua carne começa a apodrecer.

1. O primeiro passo é fazer uma máscara mortuária de gesso do bicho. Ela fornece uma imagem tridimensional da cara do animal e é uma cópia perfeita de suas feições, mostrando todos os detalhes de seu rosto;
2. Em seguida, com uma fita métrica, o taxidermista tira as principais medidas do animal, como a circunferência do abdome, o comprimento total do nariz à cauda, a largura da cabeça e a distância do nariz ao olho, entre outras;
3. Com uso de arames e apoios, o animal é congelado na posição em que será taxidermizado. Quando ele estiver rígido e na postura correta, é hora de fazer uma cópia do corpo numa fôrma de gesso;
4. A partir do molde de gesso, é feito outro molde de resina. Ele será empregado na fundição do manequim de poliuretano. Se necessário, o taxidermista esculpe detalhes finais na peça, que será vestida com a pele depois;
5. Paralelamente à fabricação do manequim, é feita a retirada da pele, única parte aproveitada - órgãos e carcaça são descartados. Retirado o couro, ele é curtido em banhos ácidos que dissolvem resquícios de sujeira e gordura, evitando que apodreça;
6. O passo seguinte é a retirada da endoderme, uma fina membrana interna colada à pele. Feito isso, o couro é banhado com um produto químico preservativo e é engraxado para ganhar flexibilidade;
7. Olhos, nariz, orelhas, boca, língua e até a cauda são “falsos”. Os olhos são feitos de vidro, a cauda, de poliuretano flexível, e as orelhas, nariz e língua, de plástico poliestireno. Todas essas próteses são fixadas no manequim antes da pele;
8. A etapa final é vestir o manequim com a pele. Ela é encaixada e fixada com uma cola especial. Depois, é costurada. Os pontos são dados em locais de difícil visualização, como na parte inferior da barriga, para que o bicho pareça o mais real possível.

Referências

CARDOSO, T. A. L.; et al. Taxidermia de aves para a coleção didática da disciplina zoologia. X ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA, UFPB - PRG. Resumo.UFPB: Universidade Federal da Paraíba, 2007.
MARTE, F.; PE’QUIGNOT, A.; ENDT, D. W. V. ARSENIC IN TAXIDERMY COLLECTIONS: HISTORY, DETECTION, AND MANAGEMENT. Collection Forum; 21(1–2): 143–150, 2006.
ROCHA, E. V. O ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM O AUXÍLIO DE ANIMAIS TAXIDERMIZADOS.Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 1, p. 201-211, 2009.
RODRIGUES, R. T. S. et al.Museu itinerante de anatomia animal: um incentivo ao desenvolvimento da educação social e ambiental. UDESC em Ação,Vol. 2, No 1, 2008. ISSN: 1982-7776

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